Foi numa dessas viagens que você faz sozinho, procurando se encontrar. Saí caminhando pelo litoral com destino a Taíba. Atravessei o Pecém e no fim de tarde armei o acampamento num buraco de areia entre duas dunas, em frente ao Morro da Raposa, que fica a uns 20 min a oeste da Colônia de Férias do Pecém.
A noite caiu e eu fiquei a conversar com o vento, descobrindo as dunas pelos arredores. Resolvi subir o Morro da Raposa e ao chegar ao topo dei de cara com uma ave de rapina que, assim como eu, tomou um susto e voou para longe. Passei um tempo olhando a paisagem de dunas escuras do ponto mais alto do morro, onde a ave estava, até que resolvi descer e fazer uma fogueira.
Após um tempo vi uma sombra se aproximar e aos poucos ir tomando forma. Era uma figura magra, desengonçada, aparência sofrida, pele morena queimada pelo sol, banguela de alguns dentes e um bucho de cachaça. Apresentou-se como Gigí, sentou-se perto da fogueira e começou a conversar. Estava a caminho da Taíba para o festival anual de escargot. Animado, gostava de dançar forró, ouvir Caetano e falar sobre seus amigos estrangeiros. Me chamou para o festival mas eu estava cansado da caminhada e ficou combinado que ele passaria no dia seguinte para me levar para tomar caldo de cana no vilarejo onde morava, um lugar chamado Caraúbas.
Um comentário:
caramba, lembro-me bem desse fim de semana... e de quando tu chegou me contando toda a viagem...
é uma ótima história!!!
hahahahah
:D
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